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26 de Abril de 2024

De doméstica à Ministra do TST

Uma história de superação

há 10 anos

Até poder andar com confiança pelos corredores do Tribunal Superior do Trabalho, uma mulher reinventou um destino que já parecia traçado. “A gente espera que o pai e a mãe ofereçam recurso. Como eu entendi desde pequenininha que a situação era uma situação muito difícil eu assumi para mim a responsabilidade de oferecer uma vida melhor para eles”, conta.

Ela nasceu em Goiás, na Zona Rural do pequeno município de Pontalina. Filha de família numerosa. Nove irmãos, todos com nomes iniciados pela letra D. “Delaíde, Deíde, Devaídes, Delsonídes, Darcy, Devani, Denise, Davi e Débora”, enumera a irmã.

Foi batizada Delaíde. Cresceu no campo. A menina esperta era feliz, mas queria bem mais que a vidinha simples do interior.

“Meu objetivo era ser advogada e advogar grandes causas”, conta a ministra Delaíde.

E ela se lembra bem como surgiu essa ideia. Na cidadezinha natal havia poucas opções de lazer. E o tribunal do júri era a atração preferida do povo.

Ministra se preparou por 30 anos para ocupar cargo atual

Com muita luta, o sonho de menina foi se concretizando. Até chegar ao topo da carreira de advogada trabalhista. “Eu publiquei dois livros, Fui professora universitária. Eu me preparei durante esses 30 anos para ocupar esse espaço que eu ocupo hoje”, conta Delaíde.

Ministra do Tribunal Superior do Trabalho. São apenas cinco mulheres em um total de 26 ministros. Uma conquista e tanto.

“Foi nove de dezembro de 2010 e foi uma emoção muito grande. Na hora me passou um filme pela minha cabeça. De tudo o que eu já tinha vivido, da minha trajetória, dos meus pais que já estão de idade e ficam muito felizes”, lembra a ministra.

Família tinha dificuldades para pagar os estudos

O professor conta que, como Delaíde, havia muitos alunos capazes de fazer uma bonita carreira. Mas fazer o ginásio - hoje parte do Ensino Fundamental - não era para todos. O curso só era dado na cidade e as famílias pobres não tinham como arcar com as despesas. O pai de Delaíde também não.

“Até choramos, porque não íamos mais estudar. Mas aí depois de uma negociação com o nosso pai, ele voltou atrás nós viemos, conseguimos ingressar no ginásio e prosseguimos”, conta Deíde Alves Miranda, irmão de Delaíde.

Delaíde teve que aprender a lidar com a discriminação

Desistir é um verbo que não existe no vocabulário dessa família. Com o apoio de Dona Maria, foi morar sozinha em Goiânia. Sem dinheiro, trabalhou como empregada doméstica. Primeiro em uma casa de família. Depois no pensionato onde morava. Afinal, era o que ela sabia fazer. “Arrumar a casa, lavar, passar, cozinhar”, conta Delaíde. Foi também recepcionista e secretária, até se formar em Direito. Nessa escalada aprendeu também a lidar com o preconceito.

“Eu observava que era discriminada naturalmente, não era nada assim tão assintoso. E da mesma forma eu pensava: vou precisar superar isso, né?”, conta a ministra Delaíde.

Uma vez por mês a ministra fecha o gabinete em Brasília e vem passar o fim de semana aqui em Pontalina. E aqui ela volta a ser apenas a filha mais velha do seu Waldivino e da Dona Maria.

Importância da persistência e do foco

“A persistência é muito importante. E importante também é o foco. Às vezes as pessoas me perguntam: mas com um história dessa você não deve ter tido Infância, você não deve ter brincado, não deve ter namorado... Eu fiz tudo isso”, conta a ministra Delaíde.

“Eu não me consideraria uma pessoa de sucesso se eu não conseguisse conciliar a minha carreira profissional com a minha família”, completa a ministra.

“Eu tenho o objetivo de ser uma ministra cada dia mais dedicada e que eu possa colocar no judiciário o meu tijolinho, para que o judiciário se torne cada vez mais célere para atender ao desejo da sociedade de que é que o processo ande bem rápido”, finaliza Delaíde.

Fonte: http://g1.globo.com/globo-reporter/noticia/2014/05/da-casinha-na-roca-ao-tst-domestica-aposta-nos-es...

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/de-domestica-a-ministra-do-tst/119754703

33 Comentários

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Vi a reportagem na tv e me orgulhei de ser brasileira mais ainda, são de pessoas assim que o nosso país precisa, felicidades à ela! continuar lendo

Essas pessoas são um grande exemplo de vida. É muito motivador! continuar lendo

É uma virtude. esta querreira para chegar a este patamar, trilhou muitas trilhas pedregosas e com espinhos envolta. Chegou com vida e cabeça em´pé, contandohistória; porém, certo de muito sofrimnto. Merece toda consideração e as minhas lágrimasde emoções! continuar lendo

Eu conheço um desembargador da Justiça do Trabalho que foi frentista de posto de gasolina, cuja história tem algumas semelhanças com a saga da ministra. Ele era muito perseverante: tentou o concurso de Juiz por 10 vezes, até que foi aprovado.

E pensar que muitos desistem de seus sonhos na primeira ou segunda tentativas frustradas.

Temos que ter em mente que o fracasso e a derrota é que preparam o ser humano para as grandes vitórias e conquistas.

Parabéns à ministra Delaíde, por acreditar em si mesma e pelo reconhecimento recebido. Plantou e agora está colhendo os frutos.

Enfim, exemplos de vida como o da ministra não são raros em nosso país. No entanto, a imprensa só noticia coisa ruim, desgraça. Por isso deixei de assistir à televisão. Quando o faço, nos raros momentos, foco apenas em programas pré-selecionados, como documentários.

Os menos jovens devem lembrar: tinha um programa do banco BAMERINDUS, veiculado na Globo, salvo engano aos sábados, intitulado GENTE QUE FAZ. O programa mostrava pessoas que sonhavam, e que faziam seu sonho acontecer. continuar lendo

Lendo essa reportagem, serve de incentivo para todos nos que estamos nessa luta diária de estudos, trabalho e às vezes pensamos em desistir...

Parabéns com certeza está onde merece estar!! continuar lendo