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25 de Abril de 2024

'Me autodeclarei parda. É o que sou', diz estudante sobre polêmica em cotas

Estudante de medicina de 19 anos está envolvida na polêmica como um dos alunos que teriam burlado a política de cotas raciais da instituição: 'Nunca me autodeclarei negra'

há 7 anos

O exemplo da estudante Rhuanna Laurent Silva Ribeiro, aluna do primeiro período de medicina na UFMG, é emblemático para determinar a controvérsia em torno do questionamento no acesso às cotas raciais no ensino superior público.

A jovem de 19 anos, natural de Divinópolis, na Região Centro-Oeste, se viu envolvida na polêmica como um dos alunos que teriam burlado a política de cotas raciais da instituição.

“Eu me autodeclarei parda, pois é o que sou. Descendo de negros e índios. Esta é a minha etnia, o meu contexto familiar. Nunca me autodeclarei negra”, disse a jovem, na companhia dos pais, Gilberto José da Silva, advogado, e Silvana Maria Silva Ribeiro, funcionária pública.

Com o semblante abatido, a família esteve ontem na direção da Faculdade de Medicina da UFMG para falar sobre o assunto.

“Ela ficou tão abalada emocionalmente que até pensou em abandonar os estudos hoje (ontem)”, contou Silvana, acrescentando que a filha sempre teve uma vida escolar exemplar. “Tivemos que perder o dia de trabalho para ficar com ela”, disse o advogado, que estuda medidas legais em relação ao episódio. “Fiz minha matrícula, e ela foi aceita. Ninguém na universidade contestou. O diretor disse que não há nenhum processo contra mim”, disse Rhuanna Laurent. O nome composto foi escolhido de comum acordo entre os pais. “Rhuanna era o nome de uma menina que estudava numa escola onde trabalhei. Já Laurent foi dado pelo pai”, disse Silvana.

Gilberto disse que conversou com o pai de uma colega de Rhuanna, que também se autodeclarara parda, e revelou que a jovem está transtornada com a polêmica. “Os pais vieram do interior para ficar com ela, que não foi à aula hoje (ontem)”.

A exemplo de Rhuanna, a estudante foi acusada de burlar o sistema de cotas, autodeclarando-se negra.

Fonte: Correio Braziliense

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77 Comentários

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"Estão abertos os tribunais da cor. Negros para um lado, brancos para o outro! Pardos só valem como negros na hora de contabilizar a população carcerária, então podem ir pro lado dos brancos e aceitar a ditadura do negro na vida pública."

Olha o que os movimentos de militância estão fazendo nesse país... continuar lendo

Os tribunais de cor estão abertos no Brasil há muito tempo. O próprio Joaquim Barbosa (ministro aposentado do STF) confessou ter sido reprovado na prova do Itamaraty por ser negro. Aliás negros que não entravam na carreira diplomática por causa da prova oral, assim como não vemos negros na magistratura mesmo em estados da federação com população negra expressiva, como Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro.

A militância faz parte do processo democrático de qualquer país. Aposto que muitos aplaudem a militância num filme americano como em Estrelas Além do Tempo, Loving ou Milk a Voz da Igualdade. Quando a mesma militância chega as vias de fato no seu próprio país, reina o conservadorismo e preguiça em favor da manutenção do status quo.

Voltando ao caso em questão ela é branca e de classe média. Se não me falha a memória não basta ser negro ou afrodescendente, mas precisa ser hipossuficiente. Com a mãe funcionária pública e o pai advogado, acho muito improvável que a renda familiar dela esteja abaixo de 2 salários mínimos. Mesmo então que ela seja considerada parda, o que ela não é, ela extrapolou a renda familiar tornando a cota dela irregular. Mas não é corrupção, corrupção é o que os políticos fazem... continuar lendo

Parabéns pelo comentário Anderson Andrighi. continuar lendo

Anderson, como você chegou a conclusão de que ela não é parda?

Não há um tom específico que defina pardo. Basta ver na foto que a mãe dela é parda e, por isso, ela também terá o direito de se autodeclarar parda.

Não estamos vendo nenhuma Marina Rui Barbosa, que sem medo de errar, é branca.

E o que seria classe média? Até dezembro de 2015 a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) criada por Lula em 2007, definia classe média como alguém que tinha renda per capita entre R$ 296,01 até R$ 1.019,00.

Se isso valeu para contabilizarem a "tirada da pobreza", agora deixa de valer para os direitos? E qual foi o reajuste dessa classificação? Dois salários mínimos, há menos de dois anos, colocaria alguém como classe alta.

É essa mesma caneta da politicagem que faz o Brasil oferecer dentaduras, digo cotas, em troca de votos, e o deixa como um dos países que menos investe em ensino de base ... o que dispensaria cotas. continuar lendo

@Anderson: qual a prova mesmo que ele foi reprovado por ser preto?
Eu já ouvi esse argumento da boca de esquerdista: enquanto houver prova oral, vão excluir os pretos. Prova do chamado "racismo institucional" que é bom, não existe. continuar lendo

Exatamente, Gabriel Cayres! A população mestiça brasileira é "escurecida" nas estatísticas sobre violência domestica, homicídios e feminicídios e "clareada" nos levantamentos sobre renda e escolaridade da população...! E esses canalhas desses movimentos sociais continuam usando esses metodos com a conivência da imprensa, do meio acadêmico e de certos partidos políticos...!

O último caso foi o tal do "Monitor da Violência" do G1 onde vítimas de homicídio brancas são contabilizadas como pardas para justificar o tal genocídio negro, quando todos nós sabemos que nenhum cidadão ou cidadã brasileira, em nenhuma parte deste país, esta realmente segura. continuar lendo

Anderson
Há cotas raciais e sociais, e muitas outras. No caso acima, trata-se de cotas raciais, não faz muito sentido a questão da renda familiar, até por que cotas sociais são mais comum em instituições privadas de ensino, e a UFMG é federal, e não há informações a respeito da renda que a mesma colocou no ato de inscrição do vestibular e matrícula. Além disso não se sabe, se a estudante solicitou residência estudantil, ou qualquer benefício que podem ser fornecidos pela Universidade a estudantes de menor poder aquisitivo. Se não, a questão da renda da estudante, fica um pouco sem sentido.
Visando seria necessário avaliar o que a mesma colocou na inscrição e na matrícula, e os requisitos estabelecidos pela UFMG.
Quando diz: "Voltando ao caso em questão ela é branca e de classe média", o que me vem a mente é que você é cientista ou médico para afirmar com tamanha certeza. Esse é o ponto das cotas raciais que as tornam segregadoras.

As dúvidas que tenho sobre esse caso é, mas afinal, se ela autodeclarou parda, sendo branca, como foi aceita a matrícula? Em caso de dúvida, a mesma não deveria ficar suspensa, até decisão definitiva? E quem poderia atestar isso, um médico, um juiz, um cientista ou outro profissional? Quais são os critérios para se definir que é ou não pardo? continuar lendo

Anderson Andrighi, essa moça é parda, não há a menor dúvida sobre isso...! Veja a mãe dela!!! O pai é branco mas a mãe é mestiça. E, segundo o próprio IBGE, o orgão responsavel pelo levantamento e análise da composição racial brasileira, os pardos são considerados como afrodescentes. Isso é o que dá estabelecer cotas raciais no país mais miscigenado do mundo, onde mais de sessenta por cento da população declara-se negra ou parda.

E sobre as regras sobre cotas, elas variam de instituição para instituição. Em algumas basta ser negro ou pardo, em outras é necessária ainda a comprovação de baixa renda. Não sei como é na UFMG mas penso que ela deve ter atendido o estipulado no edital do vestibular para poder estar cursando a graduação.

O que eu percebo é que parece estar havendo uma verdadeira "caça às bruxas" dentro da UFMG pois essa é a segunda ou terceira notícia que eu leio sobre a instituição e alunos que, supostamente, fraudaram a política de cotas da mesma. continuar lendo

Sabe Sr. Gabriel o que o senhor chama de militância com uma forma depreciativa em verdade são movimentos que sempre existiram, progressistas, que entre outras coisas lutaram pela sua liberdade... continuar lendo

Há muito tempo afirmo que o sistema de cotas raciais é ridículo. E torna-se duplamente mais ridículo, além de contraditório e ilegal, quando, adotando-se a autodeclaração, tenta-se estabelecer fora dos limites legais um critério objetivo - e que, pasmem, não tem nada de objetivo.

Abram uma licitação com os fabricantes de tinta. "Estira o braço. Este é branco. Este é pardo. Este aqui é marfim-siamês"...

Seria ao menos honesto. continuar lendo

Acho que o complica é terem colocado a opção Pardo... 80% podem se declarar pardos!
A Cota Racial não é uma solução ideal, mas entendo ser a melhor no momento, até que um negro e hipossuficiente possa ter um bom estudo e condição de concorrer igualmente com os demais. continuar lendo

Se alguém me vir na rua, achará que sou um europeu. Minha irmã tem lindos olhos azuis, meu pai tinha olhos verdes. Uma das minhas bisavós era mulata. Agora estou em dúvida, o que eu sou ? Quando irão perceber que tudo no que o Estado toca ele denigre ou estraga ? Ninguém consegue enxergar que quanto mais mimimi, mais estaremos dependentes do estado? Meus amigos, são bandidos que estão controlando a sua vida, e o pior, fazendo as leis, seria cômico se não fosse trágico... vamos acordar pelo amor de Deus ! continuar lendo

Nenhuma cota é justa continuar lendo

"Cota", de qualquer tipo, não passa de uma forma de tapar o sol com a peneira.
A inclusão social se dá com a melhoria da educação a nível fundamental, não com seletividade ideológica. continuar lendo

Parece estar havendo uma reedição dos tribunais raciais nazistas dentro das instituições de educação superior. E nesses tribunais, militantes estão decidindo quem é negro e merece a vaga e quem não é e não merece...! As reitorias devem tomar uma atitude em relação a isso! continuar lendo

Na verdade existem vários tipos de cotas, no entanto, todas elas os alunos precisam ter estudado em escola pública. No caso dessa estudante eu acredito que ela participou da cota escola pública e raça. tendo em vista que ela apenas precisa se auto declarar negro ou pardo, ela não fez nada de errado. Errado a priore é a existência de cota, porém se existe, e se ela cumpre os requisitos necessários não tem nada de errado ela aderir. A controvérsia é se de fato ela é parda, e ao que parece de fato ela é. continuar lendo

Concordo, sou um pouco mais escuro que a mãe dela ... eu a vejo como parda ... ou "moreninha clara" .... branca pra mim é Marina Rui Barbosa, Letícia Spiller, Mel Lisboa ...

Não existe uma paleta de cores que defina pardo. Além do mais tem muito estudante que toma banho de sol pra parecer mais escurinho ... por incrível que pareça. continuar lendo

Ficou claríssimo. Muito claro! Assim como Joaquim Barbosa é branco... continuar lendo